sábado, 17 de abril de 2010

Detesto Teoria da Conspiração

O título já diz tudo dessa nota. Eu tenho tanta bronca disso que sei correr o risco contrário. Ou seja, não ver articulações de bastidores onde elas de fato existam. Mas não dá pra aguentar notinhas lembrando iniciativas da Usaid(Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) de apoio a ONG's que atuam na Amazônia, para levantar dúvidas sobre as "reais intenções" do apoio do James Cameron à campanha contra a usina de Belo Monte. É o que vi no blog do Luís Nassif. É dar bola demais pro Cameron! O cara é um diretor competente no que faz(goste-se ou não), que veio aqui divulgar o lançamento do DVD. E como compraram bobamente a idéia de que o filme dele, Avatar, tem uma mensagem ecológica, ele embarcou na onda. Duvido que ele tenha lido duas páginas de algo sobre a usina que possa sustentar alguma opção, pró ou contra a obra. Além do mais, se alguém tem algum elemento concreto que comprometa uma ONG como "agente do imperialismo ianque", que apresente. Essas notinhas que insinuam coisas como "eu sei algo que vocês não sabem" são ridículas.
Eu gosto do Nassif. Pra dar um depoimento pessoal, comprei meu primeiro apartamento seguindo os conselhos dele. Na época estava ocorrendo uma grande mudança no Sistema Financeiro de Habitação e quem comprava imóveis tinha que optar entre várias formas de reajuste. Resumindo, quase todos os colunistas de economia indicavam a opção do reajuste semestral, que junto com outros detalhes resultaria em prestações menores com o tempo. O Nassif era o único que dizia que a opção anual era a melhor(ou vice-versa, já não lembro bem). Achei os argumentos dele mais consistentes, fiz a opção que ele indicava e ela se confirmou melhor com o tempo. O problema é que essa aura de paladino do desenvolvimento que ele vestiu nos últimos tempos talvez esteja obscurecendo seu pensamento. Atualmente, se você não concorda com tudo o que um lado diz, você passa a ser inimigo. Qualquer pensamento que relativize o projeto político de um dos lados é visto como um tiro que vem dos canhões adversários. Um indicador de que as fortalezas ideológicas dos dois lados talvez sejam frágeis demais.

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